Saturday, August 25, 2012

Desinteligência do Call Center


Como ensina a sabedoria popular, que diz "Vivendo e aprendendo", hoje aprendi uma nova palavra para adicionar ao meu já vasto vocabulário multilinguístico.

Liguei na minha operadora italiana de celular, que não vai ter o nome mencionado neste texto, e disse que queria cancelar a internet no meu blackberry, e usar apenas para voz e sms. A atendente me disse que eu tinha que ir numa loja e fazer uma configuração no aparelho, e que no sistema ela já havia feito as configurações necessárias.

Legal, desliguei e fui numa das lojas deles, localizada num prédio comercial, que também não vai ter o nome mencionado neste texto, na Rua Conceição quase cruzamento com a avenida Anchieta.

Cheguei la e contei a historia pro primeiro cara, a resposta dele foi “Que estranho!”, perguntou pro segundo cara, e a resposta foi “Hummm...”, com ar de interrogação.

Chamaram o responsável da loja, informaram a situação toda, e o cara, do alto da sua prepotência, olhando pra mim como se fosse o dono de todas as verdades do mundo, enche o peito e levantando apenas uma das suas taturanescas sobrancelhas, diz:

“Não podemos ajudar aqui. Essa informação que foi dada ao senhor, foi uma desistenligência do call center.”

Os dois caras se olharam, depois me olharam com cara de “nois num intendeu p0rr4 niuma”, e eu devo ter olhado de volta pra eles com a mesma cara e pensei “que m3rd4 é essa que eu to ouvindo desse fulano?”

Mas segurei a minha língua grande e percebi que não ia levar a nada rebater. Apenas disse “OK, obrigado”, e fui tomar um café.

Agora pesquisando no bendito Google, descobri que desinteligência existe mesmo, quer dizer, a palavra “desinteligência” existe mesmo, só que o cara usou de forma errada, mas tá valendo, foi engraçado anyway.

Então, finalizando, entre a desinteligência do call center, a prepotência do cara da loja, e a minha ignorância em português e em configuração de blackberry, eu continuo sem poder usar o wi-fi meu aparelho aqui no Brasil porque a operadora, não libera o acesso se o cliente não assinar o contrato com eles.

Grazie mille operadora Italiana!
Cheers!
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Tuesday, August 21, 2012

Recebi meu 1 centavo de troco !!!


Caros,

Venho, por meio desta, informar que nem tudo é lama no comércio, e que existem empresas decentes, ou digamos normais, que devolvem os supracitados, no post anterior, valiosos centavos para os que pagam a conta, nós, os consumidores!

Depois de postar o último texto, semana passada, fiquei pensando na reação das pessoas. Algumas disseram que eu estava certo, outras disseram que eu sou um chato, o que é realmente verdade, e acabei escutando várias histórias iguais à minha, comércios que simplesmente ignoram o fato de não darem o troco correto e engordam o caixa dois dos donos sem vergonha na cara.

Já estava me conformando em ter que usar o famoso dinheiro de plástico dos bancos para pagar minhas contas e evitar mais stress. 

Quarta feira passada saí pra correr e coloquei 5 reais no bolso pra comprar pães na padaria perto de casa. (Sim, fui comprar pão na padaria!)

Pedi quatro pães e a atendente me deu a ficha pra pagar, valor R$2,97; entrei na fila e me lembrei de que não tinha pego meu cartão e sim cinco reais. 

Hummmm.... Pensei “pronto, lá vou eu de novo exigir meu troco correto e  arrumar encrenca no caixa.”

E foi chegando a minha vez de pagar, e eu já estava me preparando pra argumentação, e as duas pessoas à minha frente pagaram com cartão, e eu já com meu discurso na ponta da língua.

Chega minha vez, escuto a típica frase “cé pé éfi na nooota môssu?”

Resposta padrão: “não”!

Entrego os cinco reais, a tiazinha abre o caixa, saca uma nota de dois reais e uma moeda, e me devolve o troco dizendo “Obrigado”.

Olho o troco e... Não acredito no que meus olhos veem: R$2,05!!! (Dois centavos a mais! Incrível!)

Uau! Toda minha reclamação do texto anterior foi aniquilada naqueles dois míseros centavos que a caixa me deu sem reclamação nem cara feia. 

Fiquei sem ação, não pude nem despejar meu discurso sobre meus direitos e aquele blá blá bla todo.

Olhei pra caixa e disse que ela havia devolvido dois centavos a mais de troco, e ela sem cerimônia, me disse que é prática da padaria devolver a mais quando acontece uma situação daquelas.

Fiquei mais ainda sem ação, agradeci, enfiei meu rabo entre as pernas e fui embora, he he!

E aí resolvi escrever o fato no blog também, já que eu corneto quando tenho que cornetar, mas sou justo, e elogio quando tem que elogiar.

Então é isso, a padaria, faço questão de dizer, é a Croissant, na Cel. Quirino, logo depois do cruzamento com a Rua Conceição, no Cambuí, e já contei pra todos mundos o que aconteceu.

Agora to fazendo propaganda “di grátis” pra eles.

Sábado aconteceu quase a mesma coisa numa loja de cosméticos, mas a coisa foi ainda melhor :-)

Sim, eu fui numa loja de cosméticos, mas com uma boa desculpa, acompanhar a Primeira Dama, Carla, mas esse causo eu conto no próximo texto.

Cheers!!

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Sunday, August 12, 2012

Eu só quero meu 1 centavo de troco!


Continuando com o meu choque cultural reverso aqui na Terra Brasilis, vou contar a última que aconteceu comigo na 5ª feira.

Fui num supermercado, de uma grande rede, comprar qualquer coisa pra beliscar, escolhi uma porcaria que custava R$3,79, fui pagar, e já na fila, me estressei com uma imbecil de uma tia que não conhece a lei da distância mínima entre duas pessoas e ficava encostando o braço nas minhas costas, acho que queria que a fila andasse mais rápido. Ignorei aquele ser e continuei esperando a minha vez de pagar e sumir daquele lugar.

Notei que a música de fundo, que sempre foi clássica, era uma m3rd4 de “eu quero tchum, eu quero tchá!” ou algo parecido...

Pensei comigo mesmo “esse supermercado já foi bom.”

Anyway, voltando ao que eu queria contar, chegou a minha vez de pagar, a caixa passou o produto e, com a voz mais irritante do mundo, me perguntou o que eu não aguento mais ouvir: ”-Cépééfi na nota môôôôçu?”

E eu: “-Não!”

Dou quatro reais pra caixa, em duas notas de dois reais, ela me devolve duas moedas de dez centavos e não diz nem “obrigado” como manda a boa educação, ou se ela não tem educação, como mandaria o gerente dela, afinal meu dinheiro dá lucro pro estabelecimento e uma parte desse lucro serve pra pagar o “ordenado” dela, mas acho que ela não deve ter noção disso.

Eu olho as duas moedas e pergunto: “- Está faltando um centavo!”

A caixa responde quase gritando com aquela voz de maritaca do bosque: ”-UM CENTÁÁÁVO!?”

Bom, pelo menos ela sabe fazer conta e sabe que tá me devendo, pensei.

E ela continuando diz: ”- Eu não tenho um centavo môôôçu! Ninguém tem um centavo.”

E eu respondo: “- Olha, se você não tem troco, me cobra 3,75 ou 3,70, sei lá, isso não é problema meu, é problema seu e do seu gerente que não te abasteceu com moedas.”

Pra meu espanto, ela tira cinquenta centavos do bolso e me dá, eu agradeço, mas digo que não quero 50 centavos dela, eu quero um centavo do caixa do supermercado.

Nesse segundo, surge do além, uma mulher fantasiada de supervisora, gerente, coordenadora de caixas, sei lá... e me pergunta qual é o problema.

Eu respondo que não há problema, e que eu apenas quero meu troco correto e que falta um centavo pra isso. A auto proclamada supervisora-gerente-coordenadora me olha, vira os olhos pra cima de um jeito que me fez lembrar a menina do exorcista, e eu já esperando que ela ia girar a cabeça 360 graus, abre o caixa tira dez centavos e me dá, não sem antes me perguntar, com ar de menosprezo, se estava bom assim.

Eu perguntei se ela não tinha mesmo um centavo, ela disse que não, então eu peguei a moeda, agradeci, e me encaminhei pra saída daquela espelunca que fedia flor velha, já que havia uma meia dúzia de flores, que deviam estar lá por dias, sem vender. Nem fim de feira cheirava tão mal.

Quando eu estava a uns cinco metros do caixa, eu escuto a caixa maritaca gritando: “- Espero que dure uma semana essa moeda!”

Hummmmm.... Quem me conhece, já sabe o que aconteceu.

Voltei e perguntei se ela estava falando comigo, e é claro que ela disse que sim, já que estava protegida pela supervisora, por um outro funcionário e pelo segurança do local, que se aproximou pra ver o que estava acontecendo no começo da história.

Olhei bem pra eles e disse: Você devia dar mais valor pro dinheiro, porque de um em um centavo, o seu patrão ficou bilionário, e acabou de vender 2% da empresa por 10 milhões e quinhentos mil reais! Mas você nem deve ter noção de quanto dinheiro é isso né!

Olhei com cara de merda pra ela, virei às costas e fui embora!

Agora aqui, escrevendo este texto, fiquei pensando como as pessoas tratam o dinheiro na Inglaterra. Todo mundo dá valor a um centavo. Ninguém joga fora, ou deixa de troco esquecido nos lugares.

Aí vai um exemplo do valor de um centavo. Em Londres existem mais ou menos 120 restaurantes McDonalds, com em média, 5 caixas registradoras, em cada caixa existe uma caixinha de acrílico onde as pessoas podem depositar moedas para a RMHC (Ronald McDonald House Charities), que é uma instituição de caridade independente, mantida apenas com os centavos depositados por clientes.

Fazendo um cálculo ridiculamente baixo, suponhamos que cada caixa recebe 1 centavo a cada dez minutos, são 6 centavos por hora, vezes 10 horas de trabalho, são 60 centavos por dia, vezes 5 caixas por loja, temos 3 libras por dia, multiplicados por 120 restaurantes, chegamos à 360 libras por dia. Em um mês são 10.800 libras, apenas em Londres!

Dinheiro que vem do nada, aliás, que vem de cada centavo depositado, e não ignorado pela pessoa que o recebeu de troco. Melhor ainda se pensarmos que vem de cada centavo, que a pessoa que estava trabalhando, devolveu de troco pro cliente, e não simplesmente olhou com cara de azia e disse: ”-Ninguém tem um centavú môôôçúúú!”, como aquela imbecil que eu tive o desprazer de conhecer.

Outro exemplo, os bancos, de repente você olha seu extrato e você foi debitado (pra não dizer roubado) em um centavo aqui, outro ali, mas você nem esquenta em procurar saber o que foi aquele débito porque “ah, dá muito trabalho e é só um centavo.”

Pra que se preocupar né, deixa pra lá... Mas se você pensar num Itaú da vida, e só mencionei esse banco porque foi o primeiro que me veio à cabeça, depois da fusão com o Unibanco, o Itaú somou mais de 15 milhões de clientes!

Por aí você já sabe onde vou chegar.

Se o Itaú for bonzinho, e só tirar um desprezível e insignificante centavinho da sua conta por dia , serão debitados trinta centavos por mês, multiplicados por quinze milhões de clientes, se prepare pra chorar, chegamos à soma de 4,5 milhões de reais criados do nada! Criados do pobre um centavo desprezado por quase todo mundo.

Um centavo é dinheiro, e muito!!

Quando é que o povo brasileiro, que se diz tão patriota e orgulhoso de ser brasileiro, vai começar a dar valor em coisas básicas, como um centavo de troco?

Eu quero meu centavo de troco sim, e faço questão dele! E todo mundo devia fazer o mesmo!!

Acorda Brasil!! Exija seu centavo, sempre!!

Cheers!
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