Não sei
mais o que pensar sobre esse país, cada vez vejo mais incoerências nas coisas,
nas atitudes das pessoas, nas notícias, nas manifestações, nas reações e
comentários sobre sobre elas, etc...
É tanta
coisa que nem sei por onde começar.
Bom, vou
tentar dar a minha visão sobre uma delas e mais recente, o tal panelaço durante
o pronunciamento da Dilma ontem, 8 de março, dia da mulher.
O que que
foi aquilo? Assim que começou o pronunciamento, comecei também a ouvir uns
gritos e um barulho de panelas batendo.
Eu não
tinha acessado minhas “redes anti-sociais” ontem, pois estava vivendo a vida de
verdade com a Carla, correndo atrás das nossas coisas, então não sabia que
havia acontecido uma mobilização para o tal protesto durante o falatório da
nossa presidanta, que gostem ou não, foi reeleita há apenas 4 meses por esse zé
povinho manipulado e comprado com todos os bolsas esmolas que esse governo
inventou.
Num primeiro momento pensei que fosse torcida pelos concorrente do BBB (Big Babaca Brasil) em noite de eliminação. Mas continuei prestando atenção e o coro parecia de uma torcida só.
Fiquei
ouvindo o que as pessoas falavam, e foram coisas do tipo “Fora Dilma”, “Fora PT”,
até besteiras absurdas como “Dilma vagabunda” e até “Vai Curíntia”, essa última foi
demais, hahaha!
Pensei
comigo mesmo, e tive vontade de perguntar pra um desses batedores de panela, de
que adianta gritar, bater, panela, etc e depois continuar se comportando da mesma
maneira, comprando tudo que aparece pela frente, em 10 vezes no cartão de
crédito, postando fotos da vida glamourosa que eles querem que as pessoas pensem
que eles levam, e tudo isso acessando as redes sociais com um celular pago em 24
vezes, via umas das internet mais caras, lentas e sofríveis de se navegar no mundo?
Ontem fui
no antigamente conhecido como shopping “Dom Pobre”, que foi uma brincadeira que
surgiu assim que o shopping Dom Pedro foi inaugurado pois as pessoas com menos
poder aquisitivo começaram a frequentar em massa o lugar, mas que hoje de pobre não tem mais nada.
Ví o
estacionamento lotado de carros novos, e não eram carros populares não, ví muitos
carros de luxo, caminhonetes que passam dos R$100mil, ví pessoas com sacolas e
mais sacolas de compras, pagando R$5,50 num refrigerante de lata, R$6,00 num salgado
de balcão pra comer em pé. Por onde olhei vi gente comprando, gastando e
gastando.
Em todas as
lojas que entrei, nos caixas havia fila pra pagar. Isso pra mim significa gente
gastando, aliás mais gente gastando do que a demanda que a loja havia projetado,
quer dizer, gente comprando, comprando e comprando.
E aí, à
noite, fazem protesto durante o falatório da presidanta? Santa incoerência Batman! Eu não entendo.
Já que,
aqui, o que vale é o que você ostenta, eu não vou me surpreender, se hoje nas
famigeradas redes sociais, as pessoas postarem fotos do panelaço de ontem, rindo,
com panelas da marca badalada do momento, reunidas com os amigos fazendo a
festa.
Vai zé
povinho, bate panela mas continua comprando em 10 vezes no cartão porque tem
que mostrar pros outros que tem determinada coisa que todo mundo tem.
Se não
fizer isso, não se sente aceito no meio onde vive.
Bate panela
e reclama, se revolta com o pronunciamento da Dilma, mas está vendo esse mesmo
pronunciamento numa Smart TV de 50 polegadas comprada em parcelas
incomensuráveis à perder de vista, mas “não tem pobrema, é só noventa e nove
real por mêis no cartao, a gente nem sente as percela.”
Sei lá, é
muita incoerência, muita hipocrisia que rola nesse país. Pra mim só tem uma
solução, alias duas.
A primeira
é esse consumo louco parar, mas como diz um ditado antigo: “Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza”, é dificil botar na cabeça de
alguém, que nunca teve condições mínimas de compra e que agora tem o cartão
mágico nas mãos que diz “sim”pra tudo, que ela não pode alimentar esse círculo
vicioso de compra e consumo desenfreado.
A segunda
coisa, e que eu gostaria mesmo que acontecesse, é a separação do Brasil em
estados independentes, totalmente independentes, assim cada um cuida do seu
proprio rabo, e reiveste o que gera de impostos localmente, e não como funciona
hoje, onde os impostos vão para a caixa forte da terra do nunca, a capital do país, de lá escorrem
pelos ralos da roubalheira e corrupção, e apenas um mínimo retorna ao estado de
origem.
É isso, apenas
meu comentário sobre um dos assuntos absurdos do momento.
Cheers!
.
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